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A mostrar mensagens de 2014

Balanços

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Aproximando-se a passos largos o final de 2014, desata tudo a fazer balanços. Ora aí está coisa com que eu não perco muito tempo. Não gosto de balanços nem de balanças. Se aqueles pesam os acontecimentos, estas pesam os alimentos e eu gosto mesmo é de viver os acontecimentos e de desfrutar dos alimentos. Já nas balanças que pesam pessoas, então, nem recaem os meus pensamentos…! Fazer balanços pressupõe estarmos a terminar uma fase para começar outra e no fundo para quantos assim o é, efetivamente? Dia um de janeiro, continuarei na mesma casa, viverei com a mesma família, contarei com os mesmos amigos, trabalharei na mesma instituição, terei os mesmos sonhos e, decididamente, continuarei a ignorar as balanças!  As mudanças estarão sempre à nossa frente, à espera. Não percamos tempo a viver para trás, não as façamos esperar. Interessa ir vivendo, absorvendo, gozando, aprendendo… Cada dia da nossa vida é único, irrepetível e o que fica para trás, para trás ficou. Uma vez passado,

35

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Dos 0 aos 5, Uma criança protegida. Dos 5 aos 10, Uma menina divertida. Dos 10 aos 15, Uma pré-adolescente equilibrada, Dos 15 aos 20, Uma jovem sempre apaixonada. Dos 20 aos 25, Uma universitária, licenciada, decidida. Dos 25 aos 30, Uma mãe bem casada e bem-sucedida. Dos 30 aos 35, Uma mulher responsável. E, agora, chegada aos 35, Ainda e sempre uma sonhadora incansável, Dos 35 em diante, desejo “apenas” ser: Uma mulher radiante, Uma mãe brilhante, Uma companheira cativante, Uma amiga incessante, Uma colega gratificante, Uma pessoa fascinante, E, decididamente, uma eterna viajante, Com uma vida emocionante, Neste mundo alucinante! Sofia Cardoso 15 de dezembro de 2014

Pairando...

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De repente, abres os olhos e dás contigo sendo envolvida numa gigante bola de sabão que lentamente se fecha mantendo-te lá dentro, aprisionada numa realidade tão frágil quanto desconhecida. E vais sendo levada, vais subindo, deixando a terra firme cada vez mais lá em baixo… Sobes solta mas a sensação não é de liberdade, é de medo, de vulnerabilidade. Não te podes mover porque corres o risco de a rebentar. Não podes fugir porque se a rebentas não sabes onde vais cair… E assim, sem alternativa, te deixas ir… À volta, cada vez mais pequeninas e impotentes, ficam as pessoas que incrédulas te veem e te querem ajudar, porém, sem ter como o fazer. Sabendo-te perdida pelo ar, prosseguem a sua vida, seja porque de nada te podem valer, seja porque nem sequer te estão a ver. E tu, cada vez mais claustrofóbica, desamparada, sem rede, lá vais, ao sabor do vento, angustiada pelo tormento de que não tens como te livrar, sem mais armas para além da tua força de acreditar que acabarás por te s

Novo Dia

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Os meus olhos cegaram, esta manhã, com o intenso clarão laranja que invadia o meu quarto…  O sol já nascera há minutos e com uma garra tal que me obrigou a cerrar os olhos e a escancarar a alma… Quando se acorda sob a bênção de um nascer do sol que vem do mar, entra pela janela da cozinha, trespassa toda a casa, sem pedir licença, e nos vai beijar à cama, é impossível não se sentir grata... …Pelo dia lindo que começa, no conforto de uma cama quentinha, sob o abraço de quem se ama, sabendo que as dádivas desse amor ainda dormem, seguras, saudáveis, felizes, logo ali, no quarto ao lado, num lar que é nosso, composto à nossa medida, na perspetiva de um dia de dedicação ao que se gosta, aos de quem se gosta, na liberdade de escolha e vida de quem vai tropeçando, como todos, nos buracos do caminho, podendo até cair, mas dignamente sabendo erguer-se e seguir adiante... Poder de recomeçar a cada novo dia: é isto que o nascer do sol tem de fascinante!  Sofia Cardoso

Meia-Noite, Meia-Eu

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É quase meia-noite… E ligo para onde? Será que no Céu me atendem? E peço para falar com quem? Com a estrela que mais se esconde? E se te conseguisse descobrir? Perguntar-te-ia como te atreveste a partir? Ou dar-te-ia os parabéns pelos 66 que farias? E, tu, o que responderias? Como te tens desenrascado sem mim? Continuas a fazer tudo o que deves, tintim por   tintim? E, eu, ficaria sem resposta? Dir-te-ia que estes dois anos sem ti têm sido uma bosta? Irias mesmo querer saber? Se te contasse, tens consciência do que irias sofrer? E isso diminuiria, a dor, a saudade? Encurtaria a distância da felicidade…? É meia-noite… Não tenho para onde ligar. Vou limitar-me a adormecer, Acreditando que o meu beijinho te vai chegar Porque algures me estarás a ver escrever… Sofia Cardoso 09 de dezembro de 2014

Ser ou Não Ser...

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Não sou ingénua. Sou crédula, otimista. Não sou cega. Mantenho o negativo longe da vista. Não sou perfeita. Sou empenhada, perfecionista. Não sou resignada. Antes decidida, nada comodista. Não sou sonsa. Sou sonhadora, idealista. Não sou cobarde. Luto pelo prazer da conquista. Não sou santa. Sou preocupada, altruísta. Não sou invencível. A minha vida é realista. Não sou medrosa. Sou cautelosa, pacifista. Não sou interesseira, Prefiro a dádiva imprevista. Não sou ferrenha. Sou apoiante, benfiquista. Não sou intransigente. É do coração que sou apologista. Não sou sedentária. Sou curiosa, turista. Não sou rica. Sou muito pouco materialista. Não sou complicada. Sou pormenorizada, simbolista. Não sou convencida. Admiro-me sem ser narcisista. Não sou imparável. Sou enérgica, desportista. Não sou submissa. Repudio a mentalidade machista. Não sou paciente. Sou impulsiva, artista.

Voltar "à terra"...

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Há meses que não vou à terra…! “Vou à terra…” Adoro esta expressão mas continuo a achar que se adequa mais à situação de alguém que veio de um meio pequeno para a cidade grande. É que o meu caso é exatamente o inverso. O de alguém que saiu da cidade grande (“A” cidade grande!) para, justamente, a “terr(inh)a”. Vendo bem, o que interessa a dimensão da terra… Desde que se trate da terra que nos viu nascer e viver grande parte da vida; desde que se trate da NOSSA terra, pouco mais há a dizer. Custa partir, anseia-se sempre regressar. É algo que se sente muito para além das palavras…   Nós, portugueses, somos deveras saudosistas e eu, então, céus…! Pois, não sei se é intrínseco ao meu ser, se é mesmo uma coisa generalizada que faz parte de todos nós, especialmente aqueles que, como eu, já “partiram” sem data para voltar, mas sei que às vezes dói… Por mais anos que passem e que gostemos do local que escolhemos para viver, parece que mantemos uma espécie de cordão umbilical eterno c

Grey Hair Rules!

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Estou naquela idade em que os cabelos brancos (no meu caso, herança paterna) parecem multiplicar-se a olhos vistos. Verdade seja dita, há muito que por cá andam, meio escondidos porque a cabeleira é farta, mas andam! Sinceramente, não sou muito dramática em relação a isso, até porque se os admiro nos outros, por que não os admirar em mim? Quando oiço à minha volta amigas preocupadas com o assunto, deduzo que a grande questão para a maioria será de ordem estética e até compreendo, só não o sinto da mesma forma. Para mim a questão está mais na consciencialização de que os anos passam e não tanto no facto de ficar menos atraente ou envelhecida. Mais, adoro ver uma mulher de meia-idade orgulhosa lá do alto do seu cabelo grisalho. Mais adoro as avozinhas branquinhas, como o era a minha saudosa Gun-Gum… Linda…! Contudo, também tenho que reconhecer que há uma fase transitória, daquelas típicas do “não é carne, nem é peixe” que não nos deve favorecer sobremaneira. Bem, não há bela

Dia Não

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Há dias assim… Dias não. Tudo está bem, Até um senão… Ou tudo começa mal E continua até mais não. Cinzentos e escuros Como o alcatrão, Ou simplesmente sem cor Se perdida a inspiração… Não se sabe quando, Sabe-se apenas que virão Mais dia, menos dia Outros de negação… Em que reina a tristeza… E impera a frustração. Quando se é perfecionista, Sair da linha é uma aflição. Vem-se lá do alto Embater com força no chão. Fôssemos avestruzes E a cabeça abriria um buracão, Nestes dias intermináveis, Manhosos por definição. Valha-nos o amanhã Que o hoje já não tem correção. Sofia Cardoso 06 de abril de 2011

Ah Ah Ah Ah! =D

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Amo uma boa gargalhada. É daquelas coisas que me dá mesmo gozo, sobretudo se for daquelas que não consigo controlar, que se solta sem pedir licença e que não parece ter fim. Soltar uma dessas, quase ficando sem fôlego, pode muito bem representar o melhor momento de um dia! Não estou a falar de uma gargalhada qualquer… Estou mesmo a referir-me àquelas explosões que me fazem agarrar à barriga e fechar os olhos, acentuando as rugas de expressão, but who cares?! Estão a ver? Tenho uma amiga que está a ver de certeza. É a dona das gargalhadas mais estridentes e contagiantes que conheço. As melhores…! Quando ela solta uma destas, abre e fecha as narinas e chora! Só de a imaginar, já me estou a rir! É tão engraçado. E era tão especial gargalhar com ela na infância a ponto de soltar leite pelo nariz ou de ter que fugir a correr para a casa de banho… É que era mesmo assim! Não faço ideia do que nos fazia gargalhar a esse ponto, não me lembro, nem é isso que conta para a recordaçã

Semear bem para melhor colher

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A criança que tudo tem Olhará a necessidade com desdém. A criança que não é elogiada Sentirá a sua autoestima menosprezada. A criança que não ouve um não Será caprichosa até à exaustão. A criança que não é ouvida Crescerá desiludida. A criança que encontra tudo feito Encarará a dificuldade com despeito. A criança que é injustiçada Crescerá revoltada. A criança que não é acarinhada Verá no amor uma encruzilhada. A criança que não convive com o respeito Tratará o próximo com preconceito. A criança que cresce fechada Sentir-se-á sempre limitada. A criança a quem tudo é facilitado Desconhecerá o sabor dum sonho realizado. A criança que não vive em harmonia Fará do conflito o dia-a-dia. A criança que assiste à traição Acreditará que fidelidade é ficção. A criança que não vê dificuldade na conquista Transformar-se-á num adulto egoísta. A criança que cresce com medo Temerá sempre em segredo. A criança que é superprotegida Nunca será

Coração na Ponta da Caneta

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O nosso coração está sempre a ser posto à prova. Ora anda na boca, ora na mão, ora salta do peito, ora cai aos pés, despedaçando-se no chão… E tudo isto sob o olhar vigilante, crítico, reprovador até, do prepotente e chato do cérebro que tem a mania que sabe tudo e que o quer dominar a todo o custo, pregando-lhe sermões como se fosse dono do corpo. A eterna disputa… Um, no topo, a cantar de galo. O outro, no centro, a piar fininho. E discutem como feras, sabe-se lá para quê, já que dificilmente algum sai vencedor. A verdade é que não vivem um sem o outro, qual gato e rato que não se entendem mas se perseguem num ciclo vicioso, incessante, incansável e tantas vezes insuportável! Aqui dentro funciona assim. O coração tanto palpita sobre tudo e com tanta força que escorre pela caneta a veia literária que traduz cada batida, por cada pormenor que o faz "bombar", bombear e bobear! Ainda assim, bem vistas as coisas, quem comanda a mão que segura a caneta é o outro,

Sonho Real

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Um dia deseja-se… No outro sofre-se Quando tudo se complica E a dor se intensifica. Só que o desejo é mais forte, O sonho é o mais lindo E a vontade alia-se à sorte Cheia de força, nem sempre sorrindo… Acredita-se, persiste-se… Enfrenta-se o que preciso Para alcançar a vitória. Até que, por fim, chega-se, Merecidamente, ao paraíso De um “positivo” recebido em glória. Porque quanto mais difícil o caminho Mais gratificante a conquista, E melhor saberá cada miminho De um amor a perder de vista. Um amor que começou há muito Cujo rosto finalmente se revelou. O orgulho de um amor gratuito Que lutou, chorou e hoje vingou! E é tão bom sonhar…! E valeu tanto a pena esperar… De corpo e alma se entregar Para este dia poder festejar! A luta não era minha Mas admirava-a tão profundamente Que, acreditando, com tudo o que tinha, Torci muito e apaixonadamente. De lágrima no olho, recebi a notícia De que a caminho vinha uma de