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A mostrar mensagens de setembro, 2014

Quem Diria?!

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Encontro-me diante de um quadro de traços simples que me enrola nas suas ondas desenhadas a carvão e me leva ao sabor da maré da memória vinte milhas atrás. Estava um maravilhoso dia de verão. Éramos ainda duas meninas, primas mas parecidas como irmãs e sempre prontas para a diversão. Trocara temporariamente o barulho louco da cidade grande pela melodia harmoniosa desta pequena cidade. (Quem diria que um dia a troca seria permanente?!) Saímos para andar de barco. Era o primeiro passeio de barco da minha vida! Guiada pela emoção daquela estreia e pela mão cúmplice que me puxava para a frente, sentei-me na proa, pés borda fora, cabelos ao vento, enquanto o motor ganhava cada vez mais força numa provocação controlada de quem nos queria intimidar. A adrenalina que me invadia emparelhava com as hormonas da idade ao som da música intensa que soava no rádio. (Quem diria que hoje ainda me lembraria dela?) Recordo-me do gozo que nos dava sermos puxadas num “tubarão” de borracha em

A palavra da minha vida: IR

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Explorar, Encarar, Avançar, Revelar, Visitar, Sonhar, Testar, Viajar, Ousar, Voar. Conseguir, Descobrir, Perseguir, Exprimir, Emergir, Decidir, Existir, Sentir, Sorrir, Sair. Conhecer, Aprender, Escolher, Escrever, Crescer, Correr, Sorver, Ler, Ser… …VIVER! Sofia Cardoso      30 de setembro de 2012

A Direito

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As horas da tarde atropelavam-se, atropelavam-me. Começava agora a sentir aquele frio na barriga de quem conduz o coração em excesso de velocidade e, por isso, anseia, temendo, qualquer coisa… (A devida multa por incumprimento?!) Estava a ser perseguida pelo cair da noite que me encostava à berma do tempo para estudar. Páginas atrás de páginas que me faziam sinais de luzes com a pretensão de me manter acordada mas, ao invés, me turvavam os olhos já esgotados de letras miúdas. Era só mais um exame. Esperava-me na manhã seguinte como tantos outros cuja conta perdi nas paragens da vida e, ainda assim, sempre a mesma sensação opressora de que não dei prioridade aos livros que vinham pela direita do lazer... Sofria muito mais a pressão de ver a corrida terminar do que a pressão da falta de combustível do saber porque este sempre foi pingando e nunca me deixou ficar a pé. Nunca, pois, que estou de novo no derradeiro ano, o décimo sétimo de uma corrente de ciclos que terminam num cad

Vestir a Camisola

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Adorava ser o Ronaldo das palavras, o Mourinho da pontuação ou até, quem sabe, o Eusébio da inspiração… Atirar as sílabas para o ar e apanhá-las com a cabeça, todas juntas em forma de palavra desejada… Orientar o espírito na base da alta motivação, não aceitando menos do que o escrito perfeito como resultado… Concretizar os objectivos com uma espectacularidade digna de levantar os leitores da cadeira, levando-os ao rubro… Tenho feito estágios por conta própria ao longo da vida mas sempre fora de campo e sem apoiantes a assistir. Subitamente, vi-me num balneário a espreitar outros mais experientes, a ouvir conselhos e achei que talvez pudesse chegar ao banco. Todavia, não queria ficar no banco a vida toda. Gostava de dar o litro, de vestir a camisola, só não sei de que cor e muito menos sei se há quem reconheça o meu valor e me ponha de avançada. Até sabia dizer já a quem dedicar o primeiro golo, só não levantaria a camisola… Mas inventaria uma gracinha qualquer para