Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2015

Querer Crer

Imagem
Há quem precise de ver para crer e depois há aqueles para quem querer é poder. Eu queria muito, mesmo sem o perceber ou, talvez, não cria muito no que podia valer. Também, confesso, nunca me tinha debruçado muito sobre este meu prazer de escrever, até alguém ligar o interruptor da minha luz interior e me por a mexer. Porque demorei tanto tempo a esta ideia amadurecer? Vá-se lá saber...! O que sei é que, desde que comecei realmente a pagar para ver, não tenho mais tempo a perder e creio, agora, que vale bem a pena querer. (Até ver…) Queres muito alguma coisa? Começa por crer e depois trabalha a valer! Quero crer que não te vais arrepender! Sofia Cardoso 28 de janeiro de 2015

Só o que é possível

Imagem
Por vezes somos demasiado exigentes connosco. Queremos carregar o mundo nas costas. Chegar a todos, a tudo e a todo o lado. Resolver tudo em menos de nada, Julgamo-nos, martirizamo-nos, sem nos darmos o direito de nos ouvirmos sequer em nossa própria defesa. Nenhum de nós tem de se achar o Super-Homem ou a Supermulher se nem reconhecemos a sua existência fora do mundo da fantasia. A nossa vida é real, das suas alegrias às suas maiores dores e cada um sabe melhor do que ninguém quais são as suas. Devia chegar-nos o que nos surge a cada um pelo caminho e devíamos concentrar-nos naquilo com que conseguimos lidar, naquilo de que podemos dar conta, resolver, simplificar… O que transcende o nosso alcance, porque está fora do caminho, ainda que à vista, o que nem sequer surgiu ainda no horizonte embora já o temamos, o que tenta atingir-nos só por pura distração mas não faz realmente parte do que é importante… Tudo isso, devíamos ter automaticamente a capacidade de ignorar por ser treme

O Dia

Imagem
Diz que hoje é o dia mais triste do ano. Ouvi-o vezes sem conta nos meios de comunicação social. Até parecia que queriam enegrecer à viva força um dia que até esteve bem simpático para ser assim tão deprimente. Não posso atestar a exatidão do resultado mas, ao que tudo indica, este é mesmo científico e fruto de uma fórmula matemática qualquer que se serviu de fatores climáticos, financeiros, sociais e psicológicos. Matemática nunca foi o meu forte, portanto nem me vou dar ao trabalho de me por para aqui a fazer contas, mesmo porque o dia está prestes a acabar e já tive dias piores. Ou seja, se o cientista/psicólogo estiver com a razão, isso significa que o pior já passou, certo? Perfeito! Então agora é sempre a melhorar: o tempo, o tamanho dos dias, a vontade de atingir objetivos… Mais, a mesma ciência que atribuiu a este dia lindo (gelado, mas lindo…) este rótulo infeliz, chegou ainda à conclusão que o dia mais feliz do ano será algures na segunda quinzena de junho. Ora, va

Domingo

Imagem
Domingo chuvoso lá fora… Ponho-me a imaginar O que fazem os outros a esta hora, Para este dia invernoso aproveitar. Quanto a mim, Estou bem, cá dentro. Aprecio dias assim, Pois, no que gosto, me concentro. Posso perder-me em páginas Que num bom livro me aguardam, Ou encontrar-me em páginas Que pela minha mão se inventam. Esquecer que amanhã é segunda-feira, Deixar de lado a preocupação com a rotina, Recuperando forças para a semana inteira, Como quem não quer a coisa, em surdina.   O nosso ego salta de alegria, Quando nos lembramos de o mimar. Precisa de toda a positividade e energia Para depois com os outros saber lidar. Por isso toca a fazer o que vos dá prazer Que ainda é cedo e não há tempo a perder! E de certeza que quando a noite chegar, Toda a semana se irá iluminar. Sofia Cardoso 18 de janeiro de 2015

Vazio

Imagem
A pior coisa na vida é, imagino, porque só poderá ser, a perda de um filho. A nossa morte não bate à porta nem pede licença para entrar. Simplesmente arromba a nossa vida e acaba com tudo, sem dor, sem angústia, sem consciência, pelo menos no momento exato em que chega. (Sofrimento de doenças prolongadas à parte…) Coisa bem diferente será a morte de um filho. Essa transforma facilmente uma mãe ou um pai num morto vivo. Mata-o lentamente, dia após dia, numa espécie de eterna tortura. Pode respirar, andar, amar e até sorrir mas de alma e coração despedaçados até ao seu próprio fim.   Um filho é um prolongamento da existência de seus pais, é a união dessas duas faces que, por uma vida inteira ou por instante que seja, foram metades de um encaixe perfeito. É a sua maior herança para este imenso mundo. Sim, é suposto que deixem e não que sejam deixados! E, ainda assim, partem tantos filhos antes dos pais todos os dias, por vezes de forma tão estúpida, tão cruel ou mesmo tão irónica…

Perdas...

Imagem
É extraordinária a capacidade que a vida tem de ser cobardolas! Três meia volta, estando nós completamente desprevenidos, levamos um soco em cheio no estômago, bolas! E o pior é que nem nos podemos defender. Quando damos conta, recuperados do choque, já aconteceu, já não há nada a fazer… Aos poucos, soco a soco, à força, sem opção, vamos ficando mais rijos mas cada vez mais ocos... Porque a saudade não preenche, esvazia… E o espaço deixado por ela não é preenchido. O que as pessoas deixam de si connosco jamais será substituído… Perante isto, a danada da vida segue o seu caminho, com o atrevimento de quem acha que não nos deve nada, deixando-nos agarrados à barriga, por vezes até prostrados, mas sem alternativa senão levantarmo-nos, endireitarmo-nos, engolir o sofrimento e seguir atrás dela… Acumulando espaços vazios e tristes cá em baixo, deixados por peças que se perderam, espero sinceramente que lá em cima o puzzle se forme e a imagem resultante faça o sentido aqui perdido…

Parabéns, querida!

Imagem
Já lá vão doze anos…! O tempo voa… Lembro-me daquele dia como se fosse hoje. Ia ser tia, pela primeira vez…! Aliás, voltando um bocadinho atrás, ainda me lembro do dia em que soube que ia ser tia (pela primeira vez, repito!) Foi pelo telefone, estava em casa (dos meus pais, ainda), no meu quarto… E fiquei tão contente…! Bom, verdade seja dita, não era (ainda!) tia oficialmente porque namorava “apenas” com o verdadeiro tio mas não interessava, sentia-o como se já o fosse e era só isso que contava. O tempo voou, de facto. Sou tua tia de pleno direito, minha (primeira!) princesa e aqui estou hoje, recordando o teu nascimento. Continuando… Lembro-me perfeitamente daquele dia. Soube, ainda de manhã, que o trabalho de parto começara. Lá vinhas tu! E assim estive ansiosa a manhã toda. Chegada a minha hora de almoço, aproveitando que nesta terra é tudo perto, não resisti e voei para o Hospital na esperança de poder conhecer-te logo se, entretanto, nascesses. (Eu e as minhas pres

Desumanidade

Imagem
Chamem-se ingénua, “Sofia no País das Maravilhas” ou o que quiserem mas a crueldade do mundo é algo que ainda me surpreende e choca como se achasse ser possível haver limites para ela. Por mais que saiba que existe, que o mal é uma realidade do mundo em que vivemos, tal como o bem. Só que uma coisa é saber que existem seres humanos bons e maus. Outra, bem diferente, é aceitar que existem seres humanos com alma de monstros (ou deveria dizer sem alma?). Nem lhes chamarei bichos ou animais porque até esses, na sua irracionalidade, por vezes demonstram uma qualquer espécie de afeto para lá do instinto, mesmo os mais selvagens. Há inúmeros relatos disso. O que passará na cabeça de alguém (vezes três!!!) para entrar no local de trabalho (trabalho honesto, apadrinhado pela liberdade de expressão, democraticamente instituída como direito básico de qualquer cidadão…) de compatriotas ou semelhantes, exatamente com os mesmos direitos, e atirar a matar?! Terão essas bestas exatamente o quê

Reis

Imagem
Dia de Reis é sinónimo de festa grande em Espanha. Já por cá, à parte as coroas feitas pelas crianças na escola e a referência ao Bolo-Rei, apreciado aqui e ali, a coisa passa meio despercebida. Dei comigo a refletir sobre a razão de ser da tradição, mesmo aqui ao lado, ser tão diferente da nossa e resolvi ler sobre isso. “Googlei” o tema e não descobri muito mais do que já sabia. Afinal, é óbvio, ou não? Certo é que, realmente, considero que nuestros hermanos é que têm razão (não fossem eles muito mais religiosos do que nós!) Gosto de coerência nas coisas e, de facto, sendo o Natal (ou devendo ser!) não mais do que a festa comemorativa do nascimento de Jesus Cristo e devendo a tradição dos presentes a sua razão de existência às ofertas que os Reis Magos fizeram ao Menino aquando do seu nascimento, parece-me que, efetivamente, o correto seria esperar por este dia para abrir os ditos. A verdade é que se o Pai Natal encaixa bem no imaginário mágico das crianças e a sua existênci

Manas

Imagem
Uma criança pode ter um quarto cheio de brinquedos mas nenhum lhe proporcionará tanta diversão como um irmão. Tenho como certo que, entre tantas outras riquezas que engrandecem a vida dos miúdos, ter pelo menos um irmão será, incomparavelmente, das melhores. Tomo de exemplo a relação a que assisto, da primeira fila da plateia, diariamente. Aquilo que as une é tão especial… Ser a mais velha tem tanto de privilégio como de responsabilidade e ela supera as expectativas pela forma como lida com a mais nova, que gosta de esticar a corda e de lhe testar a paciência. Ainda assim, não desilude. É uma bênção e um orgulho vê-las crescer juntas, na cumplicidade de olhares que só elas percebem, na amizade que mutuamente sentem, na alegria com que se divertem e até na forma como, na parvoíce, me enlouquecem! A mais velha protege a mais nova quando a sente triste, acarinha-a em qualquer circunstância, ensina-lhe orgulhosamente o que já aprendeu, educa-a para a consciência do que está cert