O Dia

Diz que hoje é o dia mais triste do ano. Ouvi-o vezes sem conta nos meios de comunicação social. Até parecia que queriam enegrecer à viva força um dia que até esteve bem simpático para ser assim tão deprimente.
Não posso atestar a exatidão do resultado mas, ao que tudo indica, este é mesmo científico e fruto de uma fórmula matemática qualquer que se serviu de fatores climáticos, financeiros, sociais e psicológicos.
Matemática nunca foi o meu forte, portanto nem me vou dar ao trabalho de me por para aqui a fazer contas, mesmo porque o dia está prestes a acabar e já tive dias piores.
Ou seja, se o cientista/psicólogo estiver com a razão, isso significa que o pior já passou, certo? Perfeito! Então agora é sempre a melhorar: o tempo, o tamanho dos dias, a vontade de atingir objetivos…
Mais, a mesma ciência que atribuiu a este dia lindo (gelado, mas lindo…) este rótulo infeliz, chegou ainda à conclusão que o dia mais feliz do ano será algures na segunda quinzena de junho.
Ora, vamos lá então ser práticos, sim? Pensem comigo: se o dia mais deprimente já era, toca a aproveitar bem o resto do ano e gozar cada dia como se fosse o mais feliz (não vá o senhor ter-se enganado…!) Até porque nunca sabemos quando a verdadeira tristeza nos pode bater à porta e essa, infelizmente, não escolhe, cientificamente, dia nenhum.
Matemático ou não, há sempre muito de psicológico nestas coisas. As pessoas deixam-se influenciar, ficam com estas ideias a martelar no subconsciente, tipo horóscopo, em que poucos acreditam mas quase todos lêem. Fica o meu humilde conselho: junte-se o útil ao agradável e aproveite-se ao máximo cada dia como se fossem todos do melhor, uma vez que a vida já consegue ter dias escuros o suficiente para ainda lhe estarmos a roubar dias luminosos com desculpas de mau pagador.  


Sofia Cardoso
19 de janeiro de 2015

Comentários

  1. Respostas
    1. Agradecida, como sempre! (Até porque assim o meu dia termina ainda mais feliz, em sintonia com o que o texto diz!) ;)

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