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A mostrar mensagens de fevereiro, 2015

Amor Incondicional?!

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Há uns dias, perguntava-me uma amiga, inconformada, se não poderia existir amor incondicional. Se este não era possível… Entendo… As pessoas não se conformam, não aceitam, aquilo em que não querem acreditar… Eu já aceitei. Parei, fiz uma retrospetiva e voltei devagarinho ao presente e, olhando tudo à minha volta com atenção, parei novamente. O amor incondicional existe… Até embater violentamente, com a mesma força com que até aí lutou, numa redoma de vidro que se fecha à volta de quem dele desiste. Nesse momento, a dor do embate fá-lo deslizar, agonizante, vidro abaixo e ali ficar, caído, depois de nadar km sem nunca desistir, enfrentando todas as marés e, assim, morrendo na praia, terminando. Aceitando que o amor incondicional existe, aceito também que não o aceitar seja opcional. O que aceita e supera quase todas as condições, não supera, contudo, a condição de não ser aceite. Sofia Cardoso 25 de fevereiro de 2015

Balde d' Água Gelada

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Fui nomeada para o "Ice Bucket Challenge" já tardiamente e quando o calor se despedia. Não respeitei, no entanto, a nomeação e, de resto, mais depressa e melhor corresponderia contribuindo financeiramente para a causa, sem vídeo ou gasto de água polémico e excessiva euforia. Em matéria de solidariedade, como em tantas outras, prefiro o gesto discreto ao "show off" concreto. Ora, lembrei-me disto porque dei comigo a constatar que falhei o desafio mas, curiosa e ironicamente, têm sido muitos os baldes de água fria que tenho levado ao longo da vida e, pior, com a desvantagem de isso sequer beneficiar causa nenhuma... Água tão gelada e vinda de baldes tão distintos que um dia fico “Frozen” e depois não me venham cá cantarolar «Já passou! Já passou…!» que não vou acreditar de forma alguma. Na verdade, começo a desconfiar que haja lá em cima quem não vá muito à bola com a minha pessoa e adorava saber porquê, com tanta erva daninha enraizada cá em baixo a fingir-s

Incapacidade

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Poderia enveredar pelo doloroso caminho já tantas vezes percorrido e focar-me na perda… Também poderia deter-me num medo mais comum e muito menos inquietante e dissecar os sonhos que aqui e ali me fazem gelar na presença de um ser rastejante, escamoso, comprido e venenoso a perseguir-me. Mas não. Há um medo maior, porquanto mais lato... Senhora de mim como ninguém, não posso deixar de considerar a incapacidade como o meu maior receio. Temo a incapacidade física causada por doença ou acidente. Aquela que atira um corpo enérgico, que corre atrás da vida, para uma cama de um qualquer quarto lúgubre ou para uma cadeira que não mata mas limita. Sim, temo. No entanto, mesmo que este cenário realidade se tornasse, teria sempre intata a minha garra interior que me poderia levar onde quisesse, nem que tivesse apenas a imaginação como meio de transporte. Daí que o medo suba um degrau na escala rumo ao pânico e passe a referir-se à incapacidade de discernir, de decidir, de agir. O bloqueio

Quanto mais...

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Quanto mais corro, Mais gosto de correr. Quanto mais me esforço, Mais gosto de ver acontecer. Quanto mais luto, Mais resistente passo a ser. Quanto mais acredito, Mais vitórias posso obter. Quanto mais me alegro, Mais sorrisos tenho para oferecer. Quanto mais simplifico, Mais preocupações deixo de ter. Quanto mais me dedico, Mais recompensada posso ser. Quanto mais fundo desço, Mais depressa subo a valer. Quanto mais calma estou, Mais capacidade tenho de entender. Quanto mais experiencio, Mais lições tiro para aprender. Quanto mais tolero, Mais pacífica consigo ser. Quanto mais caio, Mais razões tenho para me erguer. Quanto mais sofro, Mais força ganho para enrijecer. Quanto mais sonho, Mais persisto até vencer. Quanto mais me relaciono, Mais emoções para me enriquecer. Quanto mais vivo, Mais gosto de viver. Quanto mais escrevo, Mais gosto de escrever. Sofia Cardoso 19 de fevereiro de 2015

Anos de Lã

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A vida é mesmo uma meada de relações enroladas e por vezes até embaraçadas…! Vou puxá-la pela ponta em que está e desenrolá-la um bom bocado… Conheço alguém que faz anos hoje, já uma bela soma, apesar de muito bem disfarçadinha. Quando se diz quantas décadas são, ninguém acredita. De resto, que importam os números? Importam, sim, as vivências e a pessoa de que e para quem escrevo tem uma coleção admirável delas. No entanto, a sua existência faz-se de muitas mais coleções para além das vivências. Coleciona fotos, viagens, escritos… (E que profundidade têm os seus escritos…!) Tenho esperança que enrole a meada muito mais para que ainda venha O livro. O mais engraçado, é que o reencontrei e só verdadeiramente aí o conheci, a título pessoal, há meia dúzia de anos mas faço parte das suas coleções há quase três décadas. Então, talvez devesse dizer que o reconheci. Na verdade, não recordo o rosto por detrás da lente (tenho pena…). Recordo apenas (e já não é mau) os muitos abraços dad

Dádiva

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É curioso como, por vezes, quando o nosso ego não está nos melhores dias, ao invés de nos focarmos ainda mais nele, olhamos antes em redor. Pode até ser uma forma cobarde de escapar à nossa realidade mas se isso fizer a diferença na realidade dos outros, melhor assim. Foi mais ou menos isto que me impeliu, há quatro meses, de me lançar num desafio que há muito ansiava abraçar, apesar do receio que ao mesmo tempo me continha. Tornar-me dadora de sangue. Mais-valia a acrescentar à potencialidade de vir a ser dadora de medula óssea, causa a que já me associei há uns anos. Felizmente, no que toca às dádivas de sangue, hoje em dia as recolhas que lhe estão associadas são sobejamente divulgadas, talvez porque as reservas estejam também sobejamente necessitadas. Razão mais do que suficiente para que pessoas saudáveis entre os 18 e os 65 anos, pesando mais do que 50 kg se proponham contribuir. Eu própria, não muito amiga de agulhas e ambientes hospitalares, que me dão inclusive alguma

Reviver

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Sempre tive o hábito de, quando as minhas amigas faziam anos, felicitar também as suas mães. Sempre o fiz por ter a convicção de que elas estavam, na realidade, de parabéns em primeira linha. Afinal, sem elas não teria conhecido as aniversariantes. Pois este meu gesto ganhou uma nova dimensão, um cunho mais pessoal, desde que fui mãe pela primeira vez. Acho mesmo que as mães devem ser as principais acarinhadas no dia em que supostamente os reis da festa são os filhos. Posso enumerar uma série de razões mas quem é mãe deve saber exatamente por que o sinto assim. A gravidez é, sem dúvida, uma fase sempre única na vida de uma mulher, por mais filhos que possa ter. O parto, um momento glorioso, sobretudo se natural. Só que nem todas as gravidezes e nem todos os partos são “passeios no parque”… Por vezes são mais uma “via-sacra” que parece não ter fim… Tive o privilégio e a imensa felicidade de experienciar um parto natural de primeira filha! Maravilhoso… Indescritível… Memorável