Cláudia

Vá, amiga, não te zangues connosco… É verdade que não eras de grandes convívios e vivias o teu dia de anos na intimidade, mas não é menos verdade que nunca deixaste escapar nenhum dos nossos aniversários e até os dos nossos filhos não esquecias. Havia sempre uma mensagem… Sempre…!
Como poderíamos deixar passar o teu? O primeiro sem ter para onde enviar mensagem, apesar de o teu nome continuar gravado no meu telemóvel, como sei que ainda o está noutros também…
Juntámo-nos, sim, num almoço simbólico para te lembrar e não para lamuriar e tenho a certeza que uma bela refeição, regada com uma bela sangria, irias apreciar, mesmo que nem te quisesses juntar.
Cada uma de nós, à sua maneira, sentiu-se um bocadinho mais perto de ti neste dia e era só isso que se pretendia.
Nos aniversários, celebra-se a vida e a maior homenagem que podemos fazer-te, hoje e sempre, é viver bem, com a consciência do valor e efemeridade que a vida tem.  
Não podes retribuir este gesto, como retribuías cada mensagem que recebias mas, imaginar que algures nos pudeste ver, faz-me pensar que provavelmente connosco gozarias. Se assim foi, estarás a sorrir e só por isso terá valido a pena ir.


Sofia Cardoso
22 de março de 2015

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