Verdade ou Consequência
A vida, através da maturidade que com ela vamos
adquirindo, ensina-nos a assumir quem somos, sem receios, sem dar importância
às aparências, sem limitarmos a nossa conduta pelo arame farpado que às vezes
representa a mentalidade dos outros.
Não que até aqui me tenha preocupado muito com
o que as pessoas pensam a meu respeito, temendo julgamentos injustos ou falatórios
desnecessários. Estes existem sempre e há sempre quem pareça ter prazer em
atirar a primeira pedra, sabe-se lá porquê.
Sou a mesma pessoa hoje que era há 20 anos. Nunca ocultei o meu verdadeiro eu, nem fingi ser o que não sou.
Quem me conhece bem, sabe exatamente com o que
conta, o que esperar, e que vivo, verdadeiramente, na sinceridade e na lealdade
para com os que, nesta caminhada, me queiram acompanhar.
Existem valores básicos que orientam o meu
percurso e que fazem parte de mim desde que me conheço, senhora do meu nariz,
crítica perante a vida e capaz de tomar decisões.
É inadmissível, para mim, viver na mentira, com
hipocrisia ou de aparências. Repudio veementemente isso tudo e suas
consequências.
O que é, tem de ser de verdade. Ou não é e então
acaba porque, não sendo verdade, não é real, logo deixa pura e simplesmente de
fazer sentido e, assim, de existir, na realidade.
O tempo e a sucessão de acontecimentos que este
implica, acabam por provar a validade das ações, o valor das pessoas e a sua
autenticidade.
Quem sempre foi verdadeiro, continua, apenas a
sê-lo, acima de tudo e de todos. Quem não o é, nunca foi ou algures deixou de o
ser, acaba por ficar preso e ser apanhado nos próprios embaraços que na teia da
sua vida originou.
Eu, recuso-me a ser cúmplice ou prisioneira da
falsidade alheia.
O que sou, o que faço, o que sinto foi, é e
será sempre verdadeiro, sincero, real e em consciência. Até ao limite da pior
evidência. A da mentira, da negação, da falta de respeito, de sentimento e,
até, de coerência.
Cada um sabe melhor do que ninguém a pele que
veste, as lutas que enfrenta, as feridas com que fica ao expor-se à selva da
vida, por maior que seja a sua bravura.
Quem assiste, de arma em punho, pronto a
disparar as balas da censura, devia ter a coragem de poisá-la e limitar-se a
observar e, eventualmente, o sofrimento da presa tentar imaginar.
Infelizmente, as pessoas realmente puras estão
em vias de extinção e caçadores implacáveis, ávidos de sangue, existem por aí
de montão.
O mundo precisa muito mais de gente real, capaz
de atos concretos, de coração, do que de gente ideal cuja cabeça formatada se
perde em especulações sem pingo de razão.
Pessoas de bem, autênticas, fiéis, sinceras e
leais: não se intimidem por temores, armas, juízos ou condenações. Sejam vocês
mesmas e perpetuem-se nas vossas (reais) ações!
Sofia Cardoso
21 de abril de 2015
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