Porquês do trânsito

Porque é que os “piscas” parecem não ter qualquer utilidade nalguns automóveis, quando, por vezes, são imprescindíveis para que os que com eles se cruzam saberem como ou quando avançar? Não se evitariam mais acidentes e não se facilitaria mais a circulação?
Porque é que em fila de pára-arranca com outra a afunilar pelo lado direito, há sempre quem se encoste à má fila ao da frente só para não deixar o da direita entrar, quando este terá necessariamente que o fazer à frente de qualquer um e com todo o direito? Não seria mais simpático, sensato e lógico respeitar a regra da entrada alternada porque a faixa existe e um dia vimos nós da esquerda mas no outro podemos ter que vir da direita e precisar de “afunilar” também?    
Porque é que existem pessoas que insistem em atravessar-se estrada a dentro, tantas vezes sem sequer olhar e até com crianças pela mão (ainda hoje me aconteceu…), onde não há sinal luminoso ou passadeira e, como se não bastasse a incúria, ainda o fazem a passo de caracol como se passeassem alegre e inconscientemente? Não seria mais adequado laurear mais uns metros e atravessar no devido tempo e lugar?
Porque é que, mesmo quando há passeios, as mamãs têm a mania de se lançar estrada fora com os carrinhos de bebé? Não seria mais fácil assumir o incómodo dos solavancos do que arriscar o perigo?
Porque é que há peões que, mesmo quando o condutor pára na passadeira, teimam em não passar e em acenar ao condutor mandando-o avançar? Não seria mais útil aproveitar e passar de uma vez mesmo que se demore – normalmente esta atitude vem de pessoas de idade – já que o condutor está óbvia e educadamente disposto a esperar?
Porque que é que há pessoas que, perante uma fila, buzinam como se não houvesse amanhã? Não seria menos penoso para todos esperar pacientemente sem fazer barulho, uma vez que se o primeiro da fila não avança será com certeza porque existe um obstáculo concreto a que naquele momento o faça?
Porque é que, sobretudo nas terras pequenas, há condutores que param, com a maior das naturalidades, no meio da estrada para falar com “o vizinho”? Não demonstraria mais respeito pelo próximo acenar pura e simplesmente ou, caso fosse imprescindível, parar/encostar mais à frente, onde não impedissem o trânsito?
Porque é que há quem insista em, indevidamente, conduzir na faixa da esquerda (normalmente devagar…) quando a faixa da direita está livre? Não seria mais seguro e facilitador da circulação, transitar à direita como manda, de resto, o código?
Porque é que há sempre quem estacione indevidamente em lugares reservados a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida? Não estarão esses lugares restritos a essas pessoas por razões mais do que evidentes?
Porque é que não somos todos um pouco mais cívicos no nosso dia-a-dia, perante o nosso semelhante? Não faria do mundo um lugar mais seguro e pacífico para todos se o fôssemos de forma repetida e constante?


Sofia Cardoso
08 de maio de 2015


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