What if...?
Questiono-me muitas vezes se será que, de onde estiveres, se estiveres,
me vês…
Nos dias (poucos, felizmente!) em que me vou mesmo abaixo e estou mesmo
triste, quando penso que a resposta a essa questão pode ser positiva, passo da
tristeza à revolta numa fração de segundo e só me apetece partir a loiça toda e
confrontar-Vos aos dois, a ti e a Ele.
Que raio de proteção é essa aí de cima, em que cresci crendo, que não
envia sinal de mudança?
Gosto de vos imaginar juntos, ainda que não entenda os vossos motivos,
nem onde me estão a levar.
A verdade é que há muito que deixei de ver pegadas na areia e não me
sinto nada levada ao colo…!
Continuo, sim, impelida por mim, rumando sei lá para onde, no barquinho
que encontrei para sair da praia onde me vi estendida, depois de tempos
tempestuosos em mar alto e revolto. Remo sozinha por três, numa embarcação que
de motor só mesmo o coração e aguardo que daí me soprem ventos favoráveis.
Faço o que posso o melhor que consigo, exatamente como me compete mas uma
ajudinha divina talvez facilitasse um pouco a minha vidinha.
Se Deus fosse um de nós, andasse por ai mesmo à mão, e eu agora o
encontrasse, entraríamos com certeza num daqueles diálogos que começaria comigo
a soltar a temida frase: «precisamos de conversar…» com o tom mais dramático que
conseguisse.
Começava logo por lhe perguntar se achava mesmo que tu lhe ias fazer mais
falta a Ele do que a mim. E rapidamente chegaria à parte do: «afinal, o que
andam vocês os dois por aí a fazer?» É que nos meus ombros sinto muito mais o
peso da responsabilidade do que a(s) mão(s) que me poderia(m) amparar até
voltar a vislumbrar a felicidade.
Entendam-se lá quanto à forma de me ajudar a conseguir porque não sou
pessoa de desistir, apesar de tão cansada de à adversidade persistir.
Sofia Cardoso
19 de setembro de 2015
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