«Amigos Improváveis»
Há quem adore animais. Também gosto muito deles e tantos há que nos
ensinam muito mais que muita gente mas, verdadeiramente, adoro pessoas.
Os animais seguem um padrão de comportamento mais ou menos adequado à
espécie a que pertencem, o que os distingue de todos nós, que somos especiais
precisamente por sermos tão diferentes uns dos outros. AÍ reside a nossa
riqueza.
Ontem vi um filme, baseado numa história verídica, que me encantou. Também
adoro histórias verídicas porque nos provam tudo o que é possível ser, existir,
aprender, conseguir… E nos dão verdadeiras lições de vida…
O enredo gira em torno de um emprego que nem era para o ser e de como uma
simples relação completamente improvável entre duas pessoas tão distintas transforma
duas vidas para sempre.
Podemos ser muito do que e de quem nos rodeia, é um facto. No entanto,
podemos ser muito mais, se quisermos. Se formos nós próprios, em qualquer
circunstância, perante qualquer pessoa, sem preconceitos, máscaras ou
subterfúgios.
A beleza desta história encontra-se no acaso de ser justamente a
diferença que gera a união dos dois personagens que, sendo de mundos
antagónicos, fazem do que podia ser um choque cultural constrangedor, um abraço
intelectual comovente, de forma hilariante.
Circunstâncias adversas da vida, podem ser respeitosa e inteligentemente minimizadas
ao ponto de nos conseguirmos rir delas, sendo sensivelmente sinceros mas
pragmáticos ao lidar com elas.
«Amigos Improváveis» deixa-nos uma tremenda lição de como não devemos
julgar ninguém pela aparência, de como podemos ir mais longe se nos
disponibilizarmos a isso, de como o preconceito é uma barreira transponível, de
que rir é e sempre será o melhor remédio, de que a felicidade pode vir de onde
e através de quem menos esperamos, de que somos todos bem maiores e melhores do
que às vezes supomos…
Sofia Cardoso
11 de outubro de 2015
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