Tempo de Antena
Últimos cartuchos de mais uma campanha eleitoral. Andava a evitar falar
nela. Irritam-me sempre, todas elas, mas reconheço a sua necessidade,
importância e inevitabilidade e por isso, cá estou.
Sei lá o que diga…! Talvez seja melhor começar por ser sincera e assumir
de uma vez que não gosto de política. Nunca gostei. Nunca poderia seguir tal
carreira, não tenho perfil, sou demasiado transparente…
Acho que o mais me irrita nas campanhas eleitorais (e na política em
geral!) é a teatralidade que parecem assumir.
O objetivo é cativar a todo o custo. Nem interessa o que as pessoas, que os
candidatos tanto param para cumprimentar, possam pensar. De resto, muito poucos
serão aqueles que, deparados na rua com os candidatos, dizem o que realmente
pensam! Interessa mesmo é cumprimentá-los de forma bem sorridente porque são
importantes e a televisão está a filmar! (Nem sempre será assim, clara e
felizmente!)
E depois também me irrita o tom com que se discursa. Parecem todos uns
profetas a anunciar a salvação (que não chega nunca!) Uns mais utópicos que
outros, é certo, mas todos muito pouco “terra a terra”, muito pouco objetivos,
demasiado floreados. Daí que não vejo resultarem destes (poucos) dias grandes
efeitos práticos. (Serei só eu?)
O povo lá tem as suas ideias, os seus juízos feitos, muito à parte do que
possa ser argumentado em campanha. E quem não tem acaba por ficar na mesma,
pouco esclarecido/convencido. Honestamente, creio e receio que a maioria da
população…
Contudo, o que me irrita mesmo, mais do que tudo, é o ataque pessoal, os
debates que focam tudo menos o que realmente interessa ao país… Nem a
competência e imparcialidade dos (bons) jornalistas salva a imagem que passam
nessa altura. Que tristeza, que desalento…
O problema talvez seja meu, sou demasiado idealista para me conformar com
certas condutas ou inércias.
De qualquer forma, a mensagem mais relevante, crucial mesmo, a reter
nesta fase é: VOTAR, sempre e acima de qualquer irritação! Exercer o nosso próprio
direito de antena para não deixar, em mãos alheias, a decisão!
Sofia Cardoso
22 de janeiro de 2016
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