Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2016

Eu, cidadã.

Imagem
De miúda fiz-me mulher, com muito orgulho e sem precisar de quem me reconheça, por isso, um estatuto especial. Em criança, sempre ajudei em casa, a par de brincadeiras, enquanto ia crescendo. Já universitária, fui babysitter e trabalhei numa loja, prescindindo de horas de diversão para juntar uns trocos para ir sustentando essa mesma diversão quando pudesse. Acabado o curso, fiz as malas e mudei de distrito por amor, começando logo a estagiar. Fora de casa dos pais, passei a ter a minha e uma vida em comum para gerir. Sempre tratei de tudo quanto são burocracias da vida adulta. As minhas e as de quem vivia comigo. Contas, prazos, obrigações, sempre foram uma das minhas muitas ocupações, mesmo partilhando tudo o resto. Idealizei todo um casamento, desde a cerimónia à decoração da festa e de tudo tratei, ao pormenor, sem recurso a empresa XPTO de organização de eventos. Agarrei sempre as poucas oportunidades de emprego que foram surgindo, mesmo fora da minha área de formação o

Beijo

Imagem
Se é de amor ou de paixão, De amizade ou familiar Vem direto do coração De quem precisa de o soltar. Quando de amor, é atrevido E faz corar quem o recebe. Às vezes, um convencido Que de descrição nada percebe. Outras vezes, escondido, Preso porque cheio de medo De não ser correspondido, Espera, só e em segredo. O primeiro, nunca se esquece… Independentemente da idade É aquele que nos engrandece E que é sempre de verdade. O último, cai no esquecimento Porque a idade já implica O seu quê de sofrimento Que já nem ele dignifica. Entre este e aquele, Muitos têm que insistir. Deixar de acreditar nele, Seria deixar de existir. Multiplique-se o beijo, Oferecido ou roubado, Fruto de um sentido desejo Ou de um laço apertado. Sofia Cardoso 13 de abril de 2016

Simples detalhes

Imagem
Num mundo de trivialidades, onde cada vez mais a superficialidade e o egoísmo atropelam valores fundamentais e relações humanas carentes deles, aprende-se à força a distinguir o trigo do joio, a não criar expectativas em relação a nada nem ninguém e a criar defesas contra a toxicidade de alguns ambientes e pessoas de que procuramos manter a devida distância. Ao mesmo tempo, quanto menos se espera, mais valor se dá ao que se recebe, inesperadamente. Não é conversa fiada, aquela que defende que devemos olhar aos pormenores, diariamente. Simples detalhes que nos fazem ganhar o dia, que provam que a nossa simples existência é importante de alguma forma para alguém, que nos fazem sorrir e sentir bem. (E se o mundo precisa de sorrir…!) Existem aqueles cujo sorriso vive na sombra de mágoas, invejas, mesquinhices. E depois existem aqueles que vivem de sorriso aberto no rosto, iluminando tudo e todos, à transparência por nada esconderem, temerem ou deverem. A discrição, o silêncio, a con
Imagem