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A mostrar mensagens de 2017

Até quando?

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Que direito tem uma só pessoa  de perturbar a vida de tantas outras? De livremente espezinhar a liberdade dos outros? De pintar os dias como lhe apetece, com tintas alheias, esborratando tudo em volta? De acreditar numa existência pretensamente superior e diminuir todos em redor? De invocar legitimidade para tudo, negando qualquer tipo de responsabilidade?  De procurar o caminho mais fácil, abrindo buracos para quem vem a seguir? De propagandear tranquilidade e espalhar ansiedade? De se orgulhar do seu valor pessoal humilhando tudo quanto são Valores universais? De repousar sobre a exaustão de quem não tem descanso? De atravessar o traço contínuo que separa dois percursos em sentidos contrários... Qual terrorista ao volante de um veículo desgovernado...? ...Abalroará alguém ou será abalroado? Sofia Cardoso 01 de novembro de 2017

Saudade

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Pensa em ti (Muito…) Todos os dias. E todos os dias (Muitas vezes) Se pergunta porquê. Teimosia, Desejo, Sonho, Idealização, Ousadia… Finge não pensar. De nada lhe serve. Nem fingir, Nem pensar. Há qualquer coisa, Sente que há, Inexplicável, Incontrolável, Impossível De ignorar. Mas o quê E para quê, Se não te ouve, Nem vê, Sequer te lê Ou te pode abraçar. E como lamenta… Porque a saudade, Entendida ou não, Partilhada ou solitária, É real, atormenta, Dói estupidamente. Esquece! Grita-lhe, Autoritária, A razão. Não consigo… Murmura-lhe, Humildemente, O coração. Sofia Cardoso 30 de outubro de 2017

Sou eu...

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Sou eu… Aquele que faz parte de ti desde o início, que te conhece de dentro para fora, que te lê o coração e o traduz por ação ou omissão. Por cá continuo, porque sei que não vives um dia sem mim, simplesmente porque não consegues e sorte, tens tu, de seres assim. Só que há muito que não sou o mesmo, ainda que aos olhos dos outros não pareça, tu sabes bem porquê e eu não te tiro a razão, mas tenho saudades de espelhar a tua alma com a alegria de quem vive por paixão. É muito fácil deixar-me ser visto em qualquer circunstância, mesmo que timidamente, só porque sou quase automático em ti e, na realidade, nunca me senti perdido. Mas o meu verdadeiro brilho anda desaparecido. Não duvides de que tens sido uma corajosa. Já eu, não sei se estou mais para arma secreta ou para escudo protetor, nas batalhas que tens enfrentado. Não quero cobrar-te o que de ti não depende. Só quero que saibas que não desisti. Porque sei que vai chegar o dia em que voltarei a brilhar, de felicidade ge

Subconsciente

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O nosso subconsciente é tramado... Adormeci na firme convicção de ter posto um ponto final em delírios solitários do coração e tive um sonho cuja intensidade só pedia pontos de exclamação, daqueles que põe fim a frases que não exprimem propriamente espanto mas verdadeira emoção, com um toque de surpresa ou mesmo de medo, no melhor e mais arrebatador dos sentidos. Arrebatador... Sim, é isso mesmo. Não sei de onde veio esta avalanche de imagens de acelerar a respiração, que ganhou vida sequencial no meu cérebro enquanto dormia, de forma a fazer-me acordar com a sensação de ter corrido a maratona contigo. C'um caraças! Tantas vezes que sonho e só acordo com sombras do que vivi que se desvanecem sem ter sequer tempo de as questionar e hoje até os mais ínfimos pormenores ficaram gravados...! [Suspiro] Sábado, seis da manhã, podia e devia estar tranquilamente a descansar mas escrevo... De novo (ou ainda) a pensar estupidamente em ti, sem saber o que fazer ao sonho que não posso

Restart

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Sejamos crescidinhos e falemos de orgulho ou da desnecessidade dele nas nossas (tão curtas) vidas… Nunca fui de tomar as dores alheias. Mesmo sem deixar de proteger os meus, não costumo tirar partidos afetando as minhas próprias relações. Em regra, consigo estar entre trincheiras quando a guerra não é minha. A exceção dá-se quando sou atingida no meio dela, intencionalmente, mesmo que só ferida de raspão. Aí, defendo-me como consigo e normalmente, como não gosto de confrontos, bato em retirada, magoada ou mesmo zangada, não como forma cobarde de fuga mas como meio de proteção.   Não sou rancorosa. De resto, quando as situações nem graves são ou os envolvidos não são pessoas decisivas na minha vida, quase esqueço a causa do desentendimento, o que não implica necessariamente tréguas ou reconciliação imediata. Tudo tem o seu tempo e podíamos até nunca mais ter-nos cruzado novamente mas cruzámos e, lá está, porque não sou orgulhosa nem casmurra, dado o profissionalismo (e o resp

Retrospetiva

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As emoções nem sempre são boas conselheiras. Roubam-nos, muitas vezes, o discernimento. Só porque, mesmo sem querer, caímos na asneira de não parar para as gozar, sem questionar, sem exigir, sem nada esperar... É preciso algum distanciamento para, olhando os momentos em retrospetiva, refletirmos e nos darmos conta disso. Por mais louvável, porque genuína, que seja a sensibilidade, ela não devia deixar-se atropelar pela impulsividade, por mais que esta teime em pisar o risco da velocidade. Sentir a vida à flor da pele, no pressuposto de que esta pode acabar amanhã, é um erro sobejamente repetido. Devíamos esforçar-nos por aproveitar o agora, tão-só, sem receios, expectativas ou anseios. O tempo é precioso e impiedoso, sim, mas é precisamente por isso que tem que ser respeitado, saboreado e não apressado. Sentir e saber expressar, sem receios, o que se sente será sempre uma qualidade maior desde que não se descure a capacidade de ponderar, de saber esperar, de ter noção de que

Em segredo...

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Inadvertidamente guiada até um compartimento frio e sombrio, viu a porta fechar-se atrás de si, trancar-se, aprisionando-a ao desalento. Ali ficou, tempo demais, se não resignada, calada, cansada, desligada, quase congelada... Até ouvir, do outro lado, a tua voz, familiar, forte, diferente, segura, meiga, num tom convincente. Que, furtiva e inesperadamente, percorreu a fechadura, despertando-a, aquecendo-a lentamente, fazendo-a acreditar novamente. Ouviu, respondeu, quis soltar-se para ir ao teu encontro, sem porquês nem senãos, só guiada por aquela estranha mas arrebatadora emoção. (Se verdadeira, porque não?) Apercebeu-se, então, que não tinha a chave para se libertar e aos poucos começou a gritar, revelando sem querer a vontade de se salvar. Não era tarde, ainda podia tentar e esperou ansiosamente que a viesses destrancar. Porque o segredo és tu (e até aqui só tu) que o tens. Não sabes como, nem ela o desejou.  Pensa: a vida deu-te a chave para quê? Abre os olhos,

Força

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Já me perguntaram muitas vezes de onde vem esta capacidade de sorrir em (quase) qualquer circunstância, mesmo em face dos momentos mais difíceis. Muito bem, vou dar-vos a pólvora. Acreditem ou não, a força do meu sorriso vem da minha capacidade de chorar. É verdade. Penso, sinto e choro muito com os meus botões e isso é uma coisa boa. Permeabiliza o coração, liberta a alma do que a preocupa, do que entristece, do que trava… Mas não só! Também penso, sinto e choro quando enriqueço o espírito de emoções boas. Quando os meus olhos se enchem de algo que admiro muito; quando pelos meus ouvidos entra aquela melodia que me arrepia os poros todos; quando sou alvo de um gesto ou uma palavra que me toca profundamente… Raramente me defendo da vontade de chorar porque raramente consigo, até porque acredito que a melhor defesa em relação a alguns acontecimentos inimigos que invadem a tranquilidade da nossa vida é, muitas vezes, precisamente o derrubar de muralhas. Enfrentando, deixando os se

Inspiração

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Todos vivemos fortalecidos quando existe algo que nos inspira… …Que nos faz querer ser maiores, melhores e ir mais longe. …Que mexe com cada um dos nossos sentidos e faz sentir. …Que nos faz querer parar o tempo e congelar momentos. …Que consegue transformar o nosso estado de espírito. …Que nos faz ganhar um dia que se julgava perdido. ...Que aproxima o nosso ser do estar de tantos outros. …Que nos faz sonhar acordados e voar sem sair do lugar. …Que projeta na nossa vida aquilo a que alguém dedica a sua. …Que nos faz mais felizes e participar na felicidade dos outros. Sofia Cardoso 27 de maio de 2017

Em construção...

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Nunca dês por garantido o “felizes para sempre” ou sequer o futuro partilhado com a pessoa com quem estás… A felicidade a dois não é um dado adquirido do amor recíproco ou um mero resultado matemático de um mais um. Não te acomodes, nem te resignes! Por outras palavras, não deixes de te entregar mas também não te anules! Cada uma das pessoas numa relação tem uma individualidade própria e prévia à mesma que precisa de ser respeitada e, sobretudo, não adulterada, e é justamente aqui que surgem as dificuldades. O sucesso de uma união exige muito mais do que adaptação ou poder de encaixe… Exige, acima de tudo, respeito e liberdade. Respeito pelo que se é por si e já se era sozinho e liberdade para o que se quer continuar a ser por si e na relação com os outros. Acredito que seja possível dar o que temos de melhor sem abdicar do que somos de melhor mas é difícil… Porque é complexo deixamos de pensar no singular para passarmos a viver no plural e é preciso, dia após dia, aprender a conj

Las 4 en el Caminito! =)

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Um convite à aventura, num evento partilhado, seguido de rápida mobilização entre amigas de instinto viajado. A vontade e entusiasmo inicial foram sufocados, então, por uma sensata mas péssima decisão. A 15 dias da expedição, eis que um braço partido leva a uma desistência que acendeu a luzinha da persistência. E assim o destino ganhou, reforçando-se o grupo que, de três, a quatro aventureiras passou. O ponto de encontro seria em Sevilha, paragem estratégica para saborearmos umas belas tapas servidas após cada novo gritar por «MARIA!» Após o petisco, a primeira gargalhada de grupo, ao passarmos numa esplanada onde eu oiço: «guapas, las 4!» e a Rita entende: «cerra a las 4!» (Que trapalhada…!) Mais hora menos hora, o BUS vindo de Lisboa vem buscar-nos, para assim nos juntarmos ao grupo que nos esperava numa boa. Era sentar onde houvesse lugar e ao último banco, no assento de frente para o corredor, com vista para a estrada, fiquei destinada. Ao meu lado esquerdo, um a

Reset

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Enlouquece, recapitular Uma história indefinidamente. Esquece, deixa descansar Memórias guardadas inadvertidamente. Aborrece, colecionar “E se(s)” eternamente. Enriquece, questionar Apenas o presente. Permanece disponível para abraçar Um amanhã diferente. Aquece o coração devagar E aguarda pacientemente. Desvanece o que te atrasar, Acredita novamente. Enaltece a força de mudar, Assumindo-a corajosamente. Merece o que a vida te reservar E vai sempre em frente. Agradece, o que está por chegar, E abraça-o demoradamente. Sofia Cardoso 25 de março de 2017

Quem espera...

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Sala de espera do dentista. À minha direita, uma senhora rói as unhas. (Sintomático). À minha esquerda, uma rapariga distrai-se com um qualquer jogo de cartas no telemóvel. À minha frente, o balcão da rececionista onde acaba de chegar um pai com uma criança que vem de telemóvel numa mão e de livro na outra. Ao fundo, duas ou três vozes que trocam ideias na típica pronúncia da cidade algarvia em que me encontro. Ao longe, a voz do doutor, cujo rosto ainda não conheço, que se ocupa de quem inevitavelmente permanece em silêncio, alheio ao que se passa aqui fora, a quem espera. O telemóvel da dita criança estaciona na cadeira ao meu lado para ser ligado à tomada mais próxima. Com ele, o livro do pai da criança que aproveitou para ir ao WC e que, ao regressar, destrona o aparelho, colocando-o no chão, e abre o livro na primeira página. Não consegui ler o título ou reconhecer a capa mas é de Domingos Amaral e tem um número de páginas considerável. Lembro-me que também vim de l

Vem...

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Se há gestos que dispensam palavras, também há palavras que representam bonitos gestos… Ambos aproximam as pessoas, constroem pontes que, atravessadas, estabelecem uma relação. Esta última semana e meia foi rica em pequenas manifestações de atenção que me levaram da surpresa à comoção. Todas bem distintas mas sinais de quem, por qualquer motivo particular, se lembrou de mim, nuns casos mesmo estando longe e noutro, aqui bem perto, abrindo caminho para a minha presença ou puxando-me diretamente para junto de si. A simples lembrança, somada depois à simpatia do gesto da procura, em qualquer uma das situações traduzido e resumido pela palavra “vem”. Obviamente que quem me quer presente ou por perto, me quer bem… E que privilégio é fazer parte da lembrança de alguém... Significa que não vivo para o meu reflexo no espelho e existo muito mais além. De facto, quando nos encontramos no pensamento dos outros, temos a certeza de que não andamos perdidos, e muito menos sozinhos, neste mu