Retrospetiva
As emoções nem sempre são boas conselheiras. Roubam-nos, muitas vezes, o discernimento. Só porque, mesmo sem querer, caímos na asneira de não parar para as gozar, sem questionar, sem exigir, sem nada esperar... É preciso algum distanciamento para, olhando os momentos em retrospetiva, refletirmos e nos darmos conta disso. Por mais louvável, porque genuína, que seja a sensibilidade, ela não devia deixar-se atropelar pela impulsividade, por mais que esta teime em pisar o risco da velocidade. Sentir a vida à flor da pele, no pressuposto de que esta pode acabar amanhã, é um erro sobejamente repetido. Devíamos esforçar-nos por aproveitar o agora, tão-só, sem receios, expectativas ou anseios. O tempo é precioso e impiedoso, sim, mas é precisamente por isso que tem que ser respeitado, saboreado e não apressado. Sentir e saber expressar, sem receios, o que se sente será sempre uma qualidade maior desde que não se descure a capacidade de ponderar, de saber esperar, de ter noção de que