Restart

Sejamos crescidinhos e falemos de orgulho ou da desnecessidade dele nas nossas (tão curtas) vidas…
Nunca fui de tomar as dores alheias. Mesmo sem deixar de proteger os meus, não costumo tirar partidos afetando as minhas próprias relações.
Em regra, consigo estar entre trincheiras quando a guerra não é minha. A exceção dá-se quando sou atingida no meio dela, intencionalmente, mesmo que só ferida de raspão.
Aí, defendo-me como consigo e normalmente, como não gosto de confrontos, bato em retirada, magoada ou mesmo zangada, não como forma cobarde de fuga mas como meio de proteção.  
Não sou rancorosa. De resto, quando as situações nem graves são ou os envolvidos não são pessoas decisivas na minha vida, quase esqueço a causa do desentendimento, o que não implica necessariamente tréguas ou reconciliação imediata.
Tudo tem o seu tempo e podíamos até nunca mais ter-nos cruzado novamente mas cruzámos e, lá está, porque não sou orgulhosa nem casmurra, dado o profissionalismo (e o respeito pelo mesmo) do contexto que nos recolocou frente a frente, tudo acabou naturalmente por ter, do zero, recomeçado.
As guerras são todas inúteis, sejam quais forem as causas e respetivos argumentos mas da mesma forma como cada um é livre de as travar consigo mesmo e/ou com os outros, é igualmente livre de, a todo o momento, lhes por fim.
Acontece que esta não era minha sequer, terminou há muito e hoje cada um dos lados venceu e é feliz como quis, pelo que, quanto a mim, bandeira branca oficialmente levantada, não só mas também (e de novo) só porque sim.

  




Sofia Cardoso
03 de outubro de 2017

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