Obrigada, 2019...


Em 2019 fiz 40 anos. Eu, uma série de bons amigos, o Serviço Nacional de Saúde, a Rádio Comercial (Vasco Palmeirim incluído!), o Mini Preço, os Xutos e Pontapés, o Walkman, o capacete amarelo do Ayrton Senna... A carreira literária do António Lobo Antunes... E, 40 anos depois de lançado o seu primeiro livro e 8 anos depois de lhe ter escrito uma carta (à boleia dos 60 da minha mãe), tive o privilégio de o conhecer (sim, o António Lobo Antunes). Momento que, com a minha "Memória de Elefante"', jamais vou esquecer.
Entretanto, digo sempre que não gosto de balanços e que prefiro olhar para a frente mas é inevitável olhar uma última vez para trás e deixar partir a dor sentida por quem também partiu em 2019 mas tanto de si nos deixou, sobretudo a alegria de viver e a certeza de que só a sorrir gostariam de nos ver... E a sorrir voou mais um ano. De muito trabalho mas com uma equipa fantástica que tem conseguido fazer a diferença. De momentos únicos, de passeios e viagens em família. Em especial, a minha dupla maravilha e eu, dois aniversários redondos fora, os 10 em Barcelona e os 40 em Roma e atenção que já estive mais longe da viagem de balão de ar quente! Pelo menos este ano já aprendi como se enchem e colocam no ar e subi alguns metros num exemplar.
Em 2019 não faltou música (sempre a música...!) e a felicidade de assistir a alguns belíssimos concertos. Destaco, para não variar, o meu querido e inspirador Rui Massena (mais dois espetáculos para a coleção) e o Salvador Sobral que tive a oportunidade (ou fui antes obstinadamente atrás dela, só porque tenho uma amiga que o merecia verdadeiramente! — Só por ti, Nini...) de conhecer. Não faltaram livros (sempre os livros...!) os maravilhosos que li, mais o amável escritor que chegou embrulhado num deles e tem estado simpática, secreta e paternalmente à conversa comigo desde então e até aqui. E ainda os mimos deliciosos que recebi (os presentes-surpresa das minhas filhas são das melhores demonstrações de amor que alguma vez conheci...) Os amigos de sempre, os laços que criei e os que aprofundei, só porque sim ou porque a empatia é mesmo assim e é na sintonia entre as almas e os corações que a vida faz magia. A mesma vida que tem a mania que é lixada mas que não enfraquece quem sabe que ela é muito mais do que perdas, dores e contrariedades. Quem sabe que há sempre algo de bom mais à frente à nossa espera, que há sempre pormenores que podem fazer a diferença, que tudo tem o seu tempo certo, que há pessoas lindas que merecem todo o nosso sentir e que o resto é só o resto, que não nos pode demover da vontade (e capacidade!) de saber agradecer e de nunca deixar de sorrir.
E por fim, a par do muito desporto que fiz com pessoas incríveis que me inspiram quase todos os dias, em 2019, sabe-se lá porquê, voltei a correr. A eterna atração pelo desafio, o gosto pela superação, o companheirismo, incentivo e a simpatia de quem corre ao nosso lado. E a inscrição na Meia Maratona de Lisboa como resultado. É este o único objetivo concreto que para 2020 tenho traçado mas quero muito mais. Quero sorrir ainda mais, amar mais, viajar mais, ler mais, escrever mais, conviver mais e quem quiser vir comigo, está convidado. A vida é tão curta, o mundo e os sentimentos tão vastos que não há tempo para ficar amargurado ou estagnado. Por isso, em 2020, venham também, sejam felizes e tragam sempre mais alguém!


Sofia Cardoso
31 de dezembro de 2019


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