Ter de sair
Juro que não sei como é que ainda há pessoas que se passeiam por aí (onde é que vão mesmo?!) como se nada fosse ou que querem ir sei lá para onde na Páscoa, segundo se diz... Eu precisava de quatro bens essenciais e andei a resistir até sair. Não ia ao supermercado (pequeno) que tenho a dois passos de casa talvez há três semanas. Não precisei porque antes de me isolar comprei numa superfície maior tudo o que podia precisar (sem abusar) e no domingo passado, na falta sobretudo de alguns frescos, fui ali à serra, à mercearia de uma amiga. Fiz as compras por vídeo-chamada com ela a partir de casa (muito à frente!) e depois foi só lá ir buscar e pagar. Só que hoje tinha mesmo que ir. Encontrei uma fila civilizada de umas seis pessoas à porta, entrando à vez, por cada pessoa que saía. Constrangeu-me este deparar pela primeira vez com a realidade prática da coisa. Nunca pensei, como toda a gente, que um dia ia passar por isto. Senti um aperto no peito. Enquanto esperava, vi uma senhora sai