Confidência(s)
Tenho tanto para dizer, tanto para agradecer, que as palavras não chegam…
A tua voz, sozinha, ilumina uma sala às escuras com o seu poder
impressionante. Limpa, segura, afinada, possante… Depois junta-se-lhe a
interpretação sentida, alegre, despretensiosa, cheia de vida… E os músicos e
convidados que harmoniosamente te completam...
Tudo somado, resulta num espetáculo de uma riqueza única que entusiasma,
contagia, comove…
De facto, o entusiasmado «És linda!» que vinha
do meu lado da plateia é perfeitamente legítimo, ainda que não tenha partido de
mim… A mim, apeteceu-me mais levantar-me como a prima Noélia e dançar convosco
ao som de «Criatura da Noite». De mim, tiveste fortes palmas, tímidos assobios,
notas mais ou menos afinadas, lágrimas discretas e alguns arrepios.
Palmas para o poder dessa tua imensa voz,
instrumento que faz frente a uma orquestra inteira. Vénia para o genuíno momento
de partilha dedicado a Ary dos Santos e sua «Desfolhada». Uau para o dedilhar hipnotizante de Custódio Castelo na guitarra
portuguesa. Comoção para a magia das vozes do Coro do Conservatório de Olhão…
Foi, como prometido, mais uma grande noite,
aplaudida de pé, demorada, merecida e reconhecidamente que deixou o meu coração
muito contente.
Perante o teu imenso talento, acho fantástica a
tua humildade e espero que tanto mais haja por dizer, para (nos) contar, para
que nos continues a privilegiar até à eternidade…
Foto: Teatro das Figuras |
Sofia Cardoso
04 de junho de 2016
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