Miss you...
Imagino que estejas triste comigo. Magoado, desiludido, talvez até
zangado…
Estou ausente a maior parte do tempo e, quando estou presente, de ti, bem
distante.
Não te dou a atenção que mereces, apesar de te adorar e de tanto precisar
de estar contigo. E preciso, acredita.
Não deves acreditar, eu sei. É mais fácil pensares que me esqueci que
existes.
Não me esqueci. Simplesmente não tenho mesmo tido tempo, sequer para mim.
Sei-te aí, tão carente de mim como eu de ti e passo à tua frente,
ocasionalmente, quase ignorando o quanto chamas por mim. É mais fácil, ou menos
penoso, digamos assim.
A verdade é que a semana voa e mal nos vemos. Chegado o fim-de-semana, a
saudade de repousar no teu colo, de ver um filme aconchegada, de adormecer nos
teus braços, não é mais forte do que tudo o que me impede de o fazer.
Falta-me tempo, sobram-me tarefas e, no entretanto, ambos a sofrer. Tu,
calado, impávido e sereno. Eu, cansada, imparável e acelerada.
É assim, por enquanto. Talvez encontremos uma solução justa para ambos ou
chegue o dia em que eu volte a ter tempo para simplesmente me atirar sobre ti,
sem pensar ou hora de me retirar.
Até lá, quero apenas que saibas que sinto verdadeiramente a tua falta, meu
querido sofá.
Sofia Cardoso
31 de outubro de 2015
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