Se todos somos igualmente livres - e a igualdade anda de mãos dadas com a liberdade - nunca podemos todos fazer absolutamente tudo o que queremos.
Existem limites à nossa conduta e quem os impõe é a própria liberdade, uma vez que a liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro.
Considerações básicas inerentes à democracia que comemoramos hoje com tanta alegria.
Sim, é com euforia que se continua a celebrar este dia, embora, a meu ver, devêssemos, também, alguma reflexão fazer.
É que a democracia não dispensa a autoridade, o respeito, a educação e esta última, sobretudo, preocupa-me de verdade.
A liberdade de expressão, por exemplo, não é sinónima de falta de educação. É, antes, um valor, em dignidade, muito superior.
Observando a forma displicente como alguns miúdos, às vezes ainda tão pequenos, se dirigem aos pais, lhes respondem, lhes exigem este mundo e o outro, cobrando sempre muito mais do que reconhecem, questiono-me sobre o tamanho da sua liberdade que parece, agora, tantas vezes, pôr em causa a própria autoridade.
Não é preciso recuar 41 anos para ver como as coisas mudaram (e se deterioraram) a este nível. A mim, basta-me pensar na minha própria infância, juventude e adolescência, retrocedendo apenas uns 25 anos…
Não se via ou ouvia o que se ouve e vê hoje em dia. O respeito pela autoridade existia e nem era preciso castigo, opressão ou qualquer outro tipo de limitação de liberdade.
Basicamente, sabia-se até onde se podia ir porque os pais também sabiam como se impor, educar e fazer respeitar.
Também eu sou mãe e sou chata. Imponho regras e limites, com muito orgulho, por considerar que é assim que deve ser.
As minhas filhas terão liberdade para o que pretenderem do seu futuro fazer. Contudo, ensinar-lhes que para tudo existem limites, também entendo ser meu dever.
A educação, o saber viver em sociedade e o respeito pelo próximo e pela autoridade são imprescindíveis para que cresçam livres com responsabilidade.
Na verdade, a responsabilidade é consequência inquestionável e inalienável da liberdade.


Sofia Cardoso
25 de abril de 2015

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