Dolce fare niente
Todos precisamos de parar de vez em quando.
Sair da rotina, gozar o tempo pelo tempo, sem lhe dar nada ou pedir nada em
troca…
Hoje estou assim, parada, desfrutando apenas do
prazer de não fazer nada. (E, ainda assim, escrevo!)
A vida é muito intensa. Temos sempre muito em
que pensar e por vezes pensamos em tudo e em todos menos em nós próprios,
sobretudo quando temos família, filhos…
É bom estar sempre ocupada, ter sempre o que
fazer e em que pensar. Comigo não poderia ser diferente. Gosto de tarefas, de
planos, de organizar os dias em função do que possa ter que fazer mas também
preciso de estar comigo mesma e nem sempre isso é possível, ainda que
necessário. Essencial, mesmo…!
O segredo é fugir (vá, fingir que fugimos…!) Para
descansar, para parar, para estar, simplesmente.
Não ter horários, preocupação com refeições,
sentirmo-nos livres, dormir, ler, passear, escrever…
Há qualquer coisa de falso nesta pretensa liberdade
porque quem é mãe, nunca se sente verdadeiramente livre ou
despreocupada… De todo o modo, é bom recarregar baterias, apenas seguir e
deixar o tempo fluir.
Para isso tem que haver predisposição (fácil!) e
depois disposição para tirar o maior proveito da situação.
E não é preciso ir muito longe ou por muito
tempo. Às vezes umas horas podem fazer milagres com o nosso estado de espírito.
Relaxar o corpo e a mente é preciso e, quando
sinto essa necessidade, não a ignoro, simplesmente porque não consigo.
E agora, lamento deixar-vos, mas vou voltar ao
estado de letargia que motivou estas palavras. Afinal, tenho que as fazer valer
sob pena de perderem todo o sentido.
Sofia cardoso
10 de agosto de 2015
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